É bom voltar a este refúgio.

Hoje preciso respirar e traduzir a minha mente em palavras.

Me senti a beira de um surto.

Muita ansiedade.

Vários pensamentos me cobrando posicionamentos e decisões,

Exigindo de mim mais do que o máximo, me levando a uma crise de choro.

Fui tomar o segundo banho do dia e acabei lavando meu cabelo,

Sem nem mesmo perceber.

Me sinto tão sugada com o que a ansiedade faz comigo.

Fico cansada,

Vidrada,

Exigente e viro a minha própria carrasca.

As mãos tremem e logo vem a dormência nos dedos,

Enquanto a mente repete para si mesma

"Não vai surtar, respira, não pode entrar em crise de novo, se esforça"

E, ainda assim, eu entro em crise.

Na primeira crise de hoje, trabalhei e pesquisei meus projetos como uma carrasca,

A diferença é que eu estava meio acordada 

Já que o Rivotril que tomei para acalmar minha mente,

Deixou meu corpo ansioso e se forçando a produzir.

Na segunda, eu estava/estou completamente sozinha.

Por isso o banho, por isso a lavagem de cabelo e a depilação,

Por isso tirei as roupas de banho e joguei na máquina,

Por isso estou aqui, escrevendo.

O mais louco é que acordei às 8h muito bem,

Foi só lá pelo meio dia que minha mente começou a me torturar,
A me deixar muito confusa, 
Com pensamentos à mil por hora.

Acho que agora, 

Depois de três horas - em que coloquei meditação guiada, acendi vela e incenso e tomei mais Rivotril,

Estou me sentindo mais calma.

Mas eu juro que, hoje, depois de tanto tempo, acreditei que eu enlouqueceria.

Não sei se vou dormir esta noite, espero que sim,
Já que a noite passada foi um caos 
Sono interrompidos por horas,
Sonhos indesejáveis....

Foi difícil vencer a batalha contra o álcool, mas eu consegui.
Consegui não misturar remédios e álcool
Porque eu sei a merda que pode dar,
Mas, às vezes, ajuda a silenciar.

Eu queria só ser uma pessoa normal.
Que tem foco e sabe o que quer,
Que enfrenta o que vier, sem morrer de medo
Medo de decepcionar e errar.

E o pior medo:
O de fracassar.