não volte, querido

 


Hoje eu consigo sorrir novamente.
Não sinto mais o seu toque em minha pele, seu perfume desapareceu das minhas roupas. Raramente me lembro das noiter em que a ausência do seu corpo no meu me fazia chorar. Quando percebi que você não era um pedaço meu, escolhi não me afundar. Se eu conseguiria viver só com um rim e o fígado regenera, por quê eu não sobreviveria sem você?

São escolhas. 
O primeiro amor foi muito difícil superar, sabe querido? Mas eu percebi que você não era meu amor, porque você não se entregava por inteiro e, talvez eu não tenha visto isso dentro do nosso relacionamento, mas hoje é cristalino. Perceber que foi só uma paixão efêmera da sua parte, me faz entender o quão tudo foi pequeno da sua parte.

Então, escolhi seguir.
Escolhi que não me permitiria ficar tanto tempo mal por um alguém que não teve cuidado comigo. Um alguém que não queria mais que sexo, álcool e barzinhos lotados. Sabia que, enquanto revivia tudo em minha mente, percebi que nunca saímos sozinhos? Nunca fomos ao cinema, nunca jantamos só nós dois, nem mesmo um sorvete. Vivíamos cercados de gente.

Agora eu volto a ser minha.
Sorrir por aí, aproveitando minha própria companhia ou saindo com meus amigos. Vamos à praia, ouvimos músicas e em parques, com o sol em nossos rostos, discutimos temas importantes, fazemos yoga, meditamos e vamos em frente. Com o coração cheio, divido a garrafa de vinho e os aperitivos com aqueles que sempre estiveram lá por mim, mesmo quando eu estava cega por você.

Estava quase esquecendo: 
Não volte!
Por aqui o meu coração anda cheio de amor verdadeiro 
E o seu vazio não mais fará morada em mim.

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