CONFISSÃO VELADA: Impostora de Mim
Tenho sentido mim milhares de versões do que já fui.
É estranho, porque consigo me lembrar, com detalhes, de todas elas,
As más, é claro.
De ontem para hoje, me vieram enxurradas de crises sobre quem eu realmente sou e,
Se me perguntarem, eu não saberia o que responder,
Porque é óbvio que eu só me lembro das piores partes de mim e não consigo validar minhas conquistas - sdds Nicole.
A verdade mesmo, é que eu nem sei se tive conquistas,
Ou se o mundo se alinhou para que eu chegasse até aqui
E eu não tenho mérito nenhum sobre isso.
Me sinto impostora de mim,
E isso está me perturbando tanto,
Que eu tive que levantar antes das 6h da manhã, para colocar isso para fora.
Apesar de saber que existem nuances lindas entre o preto e o branco,
Só consigo enxergar essas duas cores
E eu estive do lado ruim por tanto tempo, durante tantos anos, que os dois anos bons, ou os últimos quatro meses incríveis, não tiveram força para me mostrar se sou uma nuance, ou uma cor já pronta.
Como um castelo de cartas desmoronando,
Vejo cair, ruir algo de bom que eu fiz - será que fiz mesmo? -,
E se levantar contra mim todos os anos de coisas ruins pelas quais passei e pratiquei.
Eu era muito nova e sem conhecimento algum, sabe?
Não tinha consciência de como uma palavra poderia acabar com a semana de alguém,
Ao mesmo tempo em que eu voltava da porta da faculdade, para casa, porque meu genitor dissera coisas horríveis no caminho de casa até a faculdade.
Vi padrões que eu abominava, se repetirem na minha mente,
Pessoas que me amavam, me ferindo, e eu ferindo pessoas que eu amava e as que eu não tinha dado uma chance para amar.
No reflexo do espelho do banheiro, eu sinto vergonha de quem já fui - será que fui ou que ainda sou?
Gostaria muito de me perdoar hoje,
Mas hoje é o dia que exponho esses sentimentos e os tiro de mim, para quem precisar lê-los,
Hoje eu só quero ocupar minha mente pelo maior tempo possível, e não mais lembrar daquilo que, nem os remédios, conseguiram me fizer esquecer.
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